terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O RONCO DA ABELHA



Acabo de ler o livro “ O Ronco da Abelha” de autoria do meu querido mestre Paulo Vieira, e embora ainda mergulhada na delícia de sua leitura, sei que este momento é deveras delicado para escrever ou esboçar qualquer opinião, mas sinto-me totalmente tomada pela vontade de fazê-lo assim mesmo. Moro em João Pessoa desde 1992, o livro foi escrito dois anos antes de minha chagada na capital paraibana, e embora tenha estudado desde minha quinta série aqui, sei muito pouco, confesso, sobre a história da Paraíba, e confesso com a pena de saber que não sou a única que termina a escola assim, infelizmente. Mas a educação pública na qual estudei é outra questão. Quero falar é de como fui arrebata pelo livro do meu querido mestre. As suas narrativas muito bem construídas que me levaram para minha infância no interior do Ceará, o interior que Vieira mostra em seu Ronco é igual em qualquer estado. Suas lendas e crendices, seus arroubos de valores, a forma como a ignorância local vai sediando seus acontecimentos, com maestria nos coloca em situação de roer os dedos de como isso vai terminar, onde irar chegar esta situação. E não é apenas uma leitura ficcional, é certamente um marco na literatura paraibana. Acho que o livro deveria ser aderido nas escolas, quem sabe assim nosso alunado se interessasse mais pela nossa história da Paraíba que embora eu não domine, sei que tem muito heroísmo e grande desbravamento de personalidades fortes.  O livro nos envolve em seus acontecimentos daquela gente do Ingá. Me vi em muitos momento em meus tempos de criança, quando ainda nada entendia, apenas via, sem ter muito direito de perguntar. Mas vivi momentos de verdadeira DELÍCIA indo ao meu tempo de menina, quando apenas menina não entendia, apenas via como já falei.  Sem falar na técnica de linguagem, simples e muitas vezes rebuscada, com o mesmo charme com que tal professor ministra suas aulas suas aulas sobre teatro. Parabéns professor, o senhor quase me mata de orgulho muitas vezes, tanto como mestre, como quanto exemplo de ser humano. E agora como escritor.
Sua obra pode ser facilmente visitada em seu site http://www.paulovieira.art.br/

sábado, 12 de novembro de 2011

CABARET TEATRO 55






Estréia neste sábado  na CASA DE MUSICULTURA no Centro Histórico às 22:00h o CABARET TEATRO. Direção e concepção de José Tonezzi. Com Jorge Felix, Suzy Lopes, Marcos Brandão, Pollyanna Barros, Sávio Farias, Érica Maria e Herlon Rocha, com participação especial de Netto Ribeiro. Com patrocínio do FMC – Fundo Municipal de Cultura.
Cabaret-Teatro 55 é um evento de caráter poético-musical que se propõe a utilização de variadas linguagens cênicas, envolvendo atores, dançarinos, cantores e músicos. Explora uma vertente que teve o seu auge em fins do século XIX e nas primeiras décadas do séc. XX. Fazendo, entretanto, uma mistura e uma homenagem aos diversos estilos de cabaré, popularizados tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e na América Latina. Suas maiores referências são a sátira e a crítica social presentes, sobretudo, no cabaré alemão do entre-guerras. Seu tema principal remete à urbanidade e às relações de exploração do homem pelo homem, como conseqüência das condições socialmente dadas. Isso, entretanto, sem perder o bom humor tão característico desse tipo de manifestação. Poetas universais, como Charles Baudelaire, juntam-se a autores locais, como Lúcio Lins, na constituição e na evocação do tema do mar, do amor e da morte.
A encenação e a dramaturgia ocorreram de maneira integrada construídas com base em jogos e exercícios específicos a partir do corpo e da voz dos atores no processo de montagem.
O Cabaret é mais uma atividade do Projeto “Café em Verso e Prosa”, sarau organizado pela atriz Suzy Lopes que acontece há seis anos em nossa capital. “A idéia surgiu quando o meu professor José Tonezzi foi ver o sarau que eu faço, gostou e me fez o convite de fazermos um sarau em homenagem ao Brecht que iria completar 55 anos de morte neste ano, então começamos a conversar sobre e a idéia foi ficando maior, até que resolvemos escrever no edital do FMC – Fundo Municipal de Cultura e fomos contemplados, então fizemos teste para formar o elenco. Com isto, criamos a possibilidade de ampliar as possibilidades e aprofundar a linguagem utilizada, com uma pesquisa cênica que incorpore à récita poética elementos musicais e dramáticos. A forma escolhida, o cabaré, dá-se pelo fato de terem os musicais um grande apelo popular, além de permitir o rearranjo do espaço cênico, por meio do uso de lugares alternativos. Assim, embora possa ser apresentado num teatro convencional, o intuito é que o resultado seja versátil, constituído para espaços diversos”.
O espetáculo trás muita descontração e diversidades em seu roteiro, com números de récita poética, musical, dança e interatividade. E a cada noite terá uma participação especial de um convidado, um número que não está no roteiro, sendo diferente a cada apresentação, nesta noite de estréia o convidado será o ator performático Netto Ribeiro, que fará uma homenagem aos musicais da Broadway e assim tornará a noite do Cabaret ainda mais atrativa. 


SERVIÇO:
Estréia Cabaret-Teatro 55
Com: Suzy Lopes, Jorge Felix, Érica Maria, Marcos Brandão, Pollyanna Barros,
Sávio Farias e Herlon Rocha
Dia: 12 de novembro de 2011
Hora: 22:00
Local: Casa de Musicultura
Valor: R$ 5,00
Informações: 8801-8533

FICHA TÉCNICA
Elenco: Suzy Lopes, Jorge Felix, Érica Maria, Marcos Brandão, Pollyanna Barros, Sávio Farias e
            Herlon Rocha
Direção e concepção: José Tonezzi
Direção Musical: Herlon Rocha

Coreografia e Corpo: Marcos Brandão
Figurino: Tainá Macedo e Suzy Lopes
Fotografias: Bruno Vinelli
Iluminação: Galego Galas
Execução de iluminação: Natan Padoni
Assistência: Angelica Lemos
Produção: Suzy Lopes
Participações especiais: Netto Ribeiro, Nyka Barros,Alessandra Vieira, Edson Sousa e 
                                     Natália Sá

ESTE ESPETÁCULO FOI PATROCINADO POR

domingo, 30 de outubro de 2011

Orquestra de Câmara de João Pessoa estreia “Cantata Bruta”, em comemoração aos 70 anos de W. J. Solha

A Orquestra de Câmara de João Pessoa apresentará, nos dias 29 (sábado) e 30 (domingo), às 20h, no Cine Bangüê do Espaço Cultural, o concerto “Cantata Bruta”. A regência é do maestro Eli-Eri Moura. A peça tem como base texto de W. J. Solha, e faz parte das comemorações dos 70 anos de idade do escritor e artista plástico. O evento gratuito é uma ação conjunta do governo do Estado e prefeitura de João Pessoa por meio de suas respectivas fundações culturais, Funesc e Funjope.

Segundo o maestro Eli-Eri Moura, o concerto é inédito em vários sentidos. Além de se tratar da estreia de “Cantata Bruta”, a peça foi elaborada para execução com dois solistas, dois narradores, sons eletrônicos, coro e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra, estarão se apresentando a mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o tenor Edd Evangelista, o ator Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o Coro Sonantis (do Compomus/UFPB), sob a regência de Eli-Eri Moura, direção de palco, iluminação e cenário de Jorge Bweres.

O ineditismo começa com o fato de a obra ser um trabalho coletivo de seis compositores atuantes em João Pessoa. Fazem parte do grupo Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel, e Wilson Guerreiro. Inédita também é a abordagem da Cantata Bruta, que traz para o palco do Bangüê o tema da violência e da banalidade da vida humana na sociedade contemporânea.

“Cantata Bruta” é também parte de uma programação especial promovida pela Funesc e Funjope, com apoio da UFPB, para homenagear o multi-artista W. J. Solha, que faz 70 anos em 2011. Por dois meses, os seis compositores trabalharam na música, cujo texto tem como referência central o premiado livro de Solha “História Universal da Angústia”.

Exposição

Complementando a programação, no sábado, dia 29, às 19h, antes do concerto, será inaugurada a exposição “Waldemar José Solha: O Tempo Não Pára”, com quadros novos e antigos do artista, no hall do Cine Banguê do Espaço Cultural. A exposição tem como curadores Maurise Quaresma, diretora da Galeria de Arte Archidy Picado, e Sidney Azevedo, coordenador de Artes Plásticas da Funesc. A exposição também contará com a colaboração dos restauradores Fernando Diniz e Dulce Enriques.

No domingo (30), às 18h, haverá na Sala Verde do Espaço Cultural um bate-papo Literário com a presença do próprio W. J. Solha. A idéia é fazer um encontro informal com o autor, no qual estarão presentes, como debatedores, o jornalista e poeta Astier Basílio, o Coordenador de Literatura e Memória Cultural da Funesc Archidy Picado Filho, e o jornalista Walter Galvão, editor geral do Sistema Correio de Comunicação. No bate-papo, a plateia poderá participar formulando questões diretamente a Solha. A programação se encerra com a reapresentação da Cantata Bruta, às 20h, no Cine Bangüê, após o debate literário. Toda a programação tem entrada franqueada ao público.

Serviço:
Concerto Cantata Bruta, com a Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa
Regência: Eli-Eri Moura
Data: 29 e 30 de outubro (sábado e domingo)
Hora: 20h
Local: Cine Bangüê do Espaço Cultural
Entrada: Gratuita
Realização: Funesc e Funjope, apoio: UFPB

Programação completa
W.J.Solha, 70 anos

Sábado (29)
19h às 19h50 - abertura da exposição: “Waldemar José Solha: o tempo não para”, no hall do Cine Bangüê
Curadoria: Maurise Quaresma e Sidney Azevedo
20h às 21h30 - Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas: Cantata Bruta (texto de W.J. Solha)
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Bangüê (Espaço Cultural, Avenida Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho)


Domingo, 30
18h às 19h50 -  Bate Papo Literário com W. J. Solha
Local: Auditório Verde (ao lado do Teatro Paulo Pontes), no Espaço Cultural
20h às 21h30 - Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas: Cantata Bruta (texto de W.J. Solha)
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Bangüê (Espaço Cultural, Avenida Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

NEVINHA NA FESTA DAS NEVES!


Festa das Neves cria personagem ‘Nevinha’, vivida pela atriz paraibana atriz Suzy Lopes, para interagir com público.

       A Festa das Neves tem um atrativo diferente neste ano de 2011. Trata-se da personagem Maria das Neves ou simplesmente `Nevinha´, criada pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) especialmente para a festividade. A personagem é interpretada pela atriz paraibana Suzy Lopes, que promete levar um diferencial humorístico a tradicional festa.
      Durante as noites do evento, realizado até o próximo sábado (6) no Ponto de Cem Réis, a atriz interage com as pessoas de todas as formas: conversando com o público, participando da programação do rádio da festa, subindo no palco, visitando o pavilhão. A idéia é ela representar um dos mais de 723 mil moradores da cidade, que estão sendo beneficiados com as inúmeras ações de serviço e obras executados nos últimos anos pela atual gestão.
      “Nevinha é uma mulher que trabalha muito para sobreviver. Como cidadã, ela sempre está atenta ao que acontece em João Pessoa, pois se sente na obrigação de cuidar de sua cidade. E é justamente isso que a Prefeitura quer passar com a personagem, que cada morador dessa cidade pode participar das discussões por uma João Pessoa cada vez melhor”, afirma a atriz.
        Perfil da personagem - da festa, subindo no palco, visitando o pavilhm as pessoas. Maria das Neves tem 32 anos e mora no bairro do Roger. Como a mãe teve dificuldades no parto, ela recebeu esse nome para pagar uma promessa feita a Nossa Senhora das Neves, padroeira da capital. Ao logo dos anos, `Nevinha´ também se tornou devota da Santa e jamais perdeu uma edição da Festa das Neves, participando da programação religiosa e profana.
        Ela, que trabalha bastante como manicure, ajuda nas despesas de casa, onde mora com os pais. Como cidadã, a personagem fictícia acompanha de perto as ações do poder público, cobrando melhorias para sua cidade. Nos últimos anos, `Nevinha´ afirma que tem observado uma crescente evolução em João Pessoa.
“Antigamente a cidade não tinha cara de capital, pois era pouco estruturada. Hoje temos uma verdadeira face de capital, o município está muito mais limpo, mais bonito, com mais praças e a Estação Ciência, por exemplo”, afirma ‘Nevinha’, criada para representar um dos moradores de João Pessoa, que na próxima sexta-feira (5) comemora 426 anos de fundação.

Secom-JP 
http://www.paraiba.com.br/2011/08/03/03781-festa-das-neves-cria-personagem-nevinha-vivida-por-atriz-susy-lopes

quarta-feira, 15 de junho de 2011

VAMOS NESSA - Paulo Vieira


          O texto é uma homenagem do autor sobre uma atividade que realiza apaixonadamente todos os dias: PEDALAR! E faz isso diariamente e quase profissionalmente, pois existe uma equipe, a Raio de Sol. Ele e vários homens e mulheres, embora a grande maioria seja homens, participam desta equipe e pedalam pelos solos paraibanos diariamente, fazendo um pedal maior aos sábados. Então Paulo quis escrever um texto para falar sobre isso, e queria mostrar um pouco do universo que eles vive. É um texto em linguagem masculina. O linguajar destes homens do pedal, mas que não seriam só do pedal, seriam homens. Para isso, usou como pano de fundo, uma discussão sobre relacionamentos e casamentos em crise, mostra a crise de dois casais e como essa estória se desenrola, a perseverança de um e a perca de controle do outro. De como nossas atitudes vão determinando por nossos destinos.
          A encenação caminha no naturalismo. Pois o texto está muito próximo e humanizado. Relações humanas é o grande foco. E como nos colocamos diante das dificuldades da vida, e os caminhos que podemos guiar para as mesmas.
          No elenco consta: as atrizes do Grupo Graxa de Teatro Kassandra Brandão e Natália Sá. Os alunos/atores do curso de Teatro da UFPB Jamila Facury, Ed Santos e Adailson Costa. E Glaydson Gonçalves da Cia. Abner de Teatro.
          A escolha do texto se deu pelo fato do grupo querer trazer para a cena uma temática cotidiana, embora o texto de Paulo Vieira seja inédito, eu já conhecia. Além de que admiro a obra do Prof. Paulo. Já li todos os seus textos e acho que seria bastante coerente fazer uma leitura de um texto seu, pela qualidade, pela possibilidade de criar este dialogo com o autor e por fazer parte do meu interesse pela dramaturgia paraibana.. Trabalhar com algo que eu já tinha conhecimento, pois o tempo de preparação para a leitura é muito curto. Não chegando a ser um mês.
          E estou adorando a experiência de troca que está acontecendo neste processo. Embora seja um ótimo texto para o cinema, acho que está ficando muito interessante como leitura também. Espero que todos gostem! Principalmente o autor que vai está presente e depois participará da roda de conversa sobre seu texto e minha encenação, que tem uns pitaquinhos dele.



SERVIÇO:

Mostra de leituras dramatizadas do Sesc
VAMOS NESSA (Texto de Paulo Vieira e direção de Suzy Lopes)
Dia: 16 de junho de 2011 (Quinta-feira)
Hora: 19:00
Local: Teatro Lima Penante

domingo, 29 de maio de 2011

LATA ABSOLUTA

Foto: Cristovam Tadeu

                 Eu tenho um namoro profundo e antigo com este texto. Há pelos menos cinco anos o autor dele, o meu amigo e também professor Paulo Vieira, após ver uma peça minha, foi ao camarin me cumprimentar pelo espetáculo e aproveitou e falou de um texto seu que tinha interesse em montar comigo e Isadora Feitosa. Falou muito bem do texto, disse que o escreveu para as atrizes Mayana Neiva e Fernanda Martinez, mas que não aconteceu de montar com elas pois ambas estavam morando fora de João Pessoa, que isso, que aquilo, vendeu muito bem seu peixe, me seduziu e sumiu. Nunca se quer nem me mostrou. Sempre que a gente se encontrava, a gente tocava neste assunto, mas nunca aconteceu nem de eu ler. Ele fez ainda leituras com as atrizes Cely Farias e Kaline Brito, tentou montar com outras pessoas, e que nunca acontecia. Mas como tudo tem a sua hora certa de acontecer... No final do ano passado ele montou o tal texto com as atrizes/alunas Cecília Retamoza e Celly de Freitas como conclusão do Bacharelado em Teatro pela UFPB – Universidade Federal da Paraíba.
             Confesso que fui ver a peça meio enciumada, pois a essa altura eu já havia lido o texto e consequentemente me apaixonado por ele e suas possibilidades cênicas e filosóficas. Mas meu ciúme não durou muito, na verdade nem três minutos, pois de repente. Não, mais que de repente, fui arrebatada, fiquei tão envolvida no trabalho das atrizes que o executam tão brilhantemente, que nem tive como pensar em algo que nem existia.
             O texto é um capítulo à parte! Muito bem escrito, inteligente e engraçado. Nos chega sem dificuldade alguma, é tão bem escrito, e tão dentro de nós, que em alguns momentos você se pergunta: Como eu não escrevi isso? Eu penso exatamente assim! Questiona algo que todos, em algum momento já se questionou, ou vai se questionar. É tão comum, e salientando que este comum é positivo, que você sai com trechos dele na cabeça. Quem se interessar por lê-lo, pode acessar este link que ele está disponível (http://www.teatropb.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=58&Itemid=48)
            Com direção e encenação também do autor. Temos em nossa frente um espetáculo limpo. E que fica cada vez mais redondo. E que eleva o conceito do departamento de Arte Cênica da UFPB. Pois nos trás um espetáculo profissional, digno de atrizes que estão saindo de um curso superior de formação de ator. Utiliza-se em cena, se não todas, quase todas as técnicas que são ofertadas em nosso curso. Fico muito orgulhosa disto tudo. Tenho muito orgulho de dizer que é uma montagem do departamento em que eu estou estudando.
            O trabalho das atrizes é primoroso, detalhado e criativo. Desenvolvem um trabalho vocal e corporal, tão instigante, que em sua temporada de maio na Energisa, eu vi a peça sete vezes! Mas deixando de lado minhas taras e voltando ao trabalho das atrizes Cecília Retamoza e Celly de Freitas, que é simplesmente de se tirar o chapéu. Elas falam seus textos com muita fluidez e propriedade, saindo de uma técnica e trazendo outra sem agredir a quem está assistindo. Se transformam, se trocam, se jogam e se entregam em cena a personagens da Commedia Dell’Arte, Velhos, Macacos, Araras, Palhaços e são elas mesmas em dados momentos. Tudo de forma muito híbrida, natural e com muita técnica.
           Sei que muita gente não viu a peça, pois muita coisa aconteceu neste mês de maio em nossa capital. Mas fica aí meu recado para que quando vocês saibam que LATA ABSOLUTA está em cartaz, não percam novamente a oportunidade de ver. Pois vale muito a pena. E tenho absoluta certeza no que estou dizendo. Agora vou bater lata!

SERVIÇO:
LATA ABSOLUTA
Texto e direção: Paulo Vieira
Com: Cecília Retamoza e Celly de Freitas
Contato: 083 9915-0043

quarta-feira, 4 de maio de 2011

DIÁRIO DE UM LOUCO - Grupo de Teatro Lavoura



Fui assaltada!
Fui mexida. Remexida!
Sou? Estou?
Vou pra onde?
Por que? Pra que?
Tem que ser assim mesmo?
Quem disse?
Quem fez?
Quem o mandou pra lá?
E porque aquela cachorra tinha que contar daquela forma?
Por que Sophe não se apixonou por ele?
E se ele a convidasse pra dar uma volta na lagoa, ou para ver o pôr-do-sol no hotel Globo? Ou quem sabe se ele tocasse para ela uma música do Chico Buarque? E se a levasse para Marte?
Aquele chefe devia se aposentar!
Para onde eu vou?
Para onde ao certo eu não sabia, só sabia que não era pra casa.
Fazer o que em casa com tanta loucura na cabeça? Ficar louca?
Mas quem disse que eu não sou? E quem te garante que você não é?

Saí assim do Theatro Santa Roza na noite chuvosa que resolvi voltar ao teatro quase dois anos depois para ver “Diário de um louco” peça do Grupo de Teatro Lavoura, dirigida por Jorge Bweres e interpretada por André Morais.

Chego no teatro e aquele fala fala com todo mundo, e o esperado sinal para entrar, pela lateral do teatro! Na entrada várias cartas, a sensação de invasão já é grande, estou mexendo na caixinha de cartas de alguém. E isso não pode! Pois o que tem nas caixinhas de cartas de alguém só diz respeito a este alguém, seja lá quem for. Ler um diário? Tá louco? Mesmo que seja de um louco! Não pode, isso é invasão e das sérias! Sempre fui menina de fazer diário, e morria de medo que alguém lesse, e soubesse o que eu pensava sobre as coisas, pois o que eu queria que as pessoas soubessem, eu mesmo contava, meu medo que as pessoas lessem minhas besteiras de adolescente era tão grande que eu inventava códigos pra representar as letras que às vezes, nem eu entendia, esquecia. Bom, mas contando que ninguém lesse também, tava tudo certo.
Entro. Sento.
Uma ambiência que aconchega e assusta! E ainda tinha um homem parado, esperando alguém ou seria algo? Fiquei cabreira com aquele cara, na mesma medida me dava medo, ele me atraía pra conversar. Eu podia fingir que não o estava vendo, talvez ele fosse embora. Mas eu não conseguia, e assim ele não ia. Ficava só ali, parado, olhando, esperando, esperando o que? O trem? Tal qual Pedro Pedreiro? Era além. De repente aquele homem aparentemente normal, começou a ler seu diário, e eu tive vontade de dizer: Ei moço, tem certeza que vai fazer isso? O senhor confia mesmo em mim? Vai dizer tudo que o senhor secretamente escreveu aí? Eu vou saber tudo o que se passa dentro de sua cabeça, e isso é muito sério viu? Mais que sério, isso é muito perigoso!
Ele não me ouviu, talvez tenha sido porque eu nada falei, pois já tinha sido pescada, fisgada, amarrada, seduzida, tocada, sensibilizada, trancafiada. Sei lá o que. Vocês podem dar a palavra que vocês quiserem para o estado que eu me encontrava. Eu já não me importava, não me importava nem mesmo se ia está chovendo quando aquele confessionário terminasse e eu tivesse que ir pra casa ou pra qualquer outro lugar. E o homem não parava, contava tudo, das coisas mais íntimas, da cachorrinha que era mais louca que ele, da sua paixão por Sophe. Do seu chefe desumano. O cara ali na minha frente, bem na minha frente ficou louco. Virou Rei da Espanha. Foi coroado da forma que nenhum rei seria. Eu também tinha muita dificuldade de entender aquele ritual de coroação. Foi anulado quanto ser humano ali, bem na minha frente! E o pior é que eu não fazia nada!

É mais ou menos por aí, que eu começaria minha crítica teatral, se crítica de teatro eu fosse. Como não sou, sou apenas atriz, estudante e amante mais que apaixonada por teatro, vou dizer que tenho muito orgulho do teatro da minha terra. Dizer que vale muito a pena sair de casa mesmo em uma noite chuvosa, para ver, se emocionar, se revoltar, chorar e aplaudir de pé André Morais, Jorge Bweres e Tina Medeiros por este trabalho, que belíssimo! Se o trabalho dignifica o homem, este pessoal tá muito bem dignificado, viu?!. A peça concatena poesia, teatro, vida e verdade. Quanto atriz fico muito feliz em ver um ator tão entregue em seu ofício de atuar, se por em situação de verdade, de se entregar ao jogo, que por ele e seu diretor foi criado, e mais que se entregar ainda ter força e capacidade de nos levar junto. E sem esforço, não há aparente esforço em nos levar, quanto atriz, eu sei também que há um esforço sim e muito grande nesta entrega, que ela é resultado de muito trabalho, de muita aflição no processo de criação, mas não força nenhuma barra. Apenas chega e com muita técnica e naturalidade, se conta uma história. É lindo ver um ator em cena utilizando-se de técnicas, se vê a sua técnica em cena sim, mas sem ficar mecânico. Não se é mecânico em momento algum, eu confesso que morro de medo da técnica, morro de medo dela me endurecer. Morro de medo de não conseguir o que André consegue, lembrar das técnicas sem esquecer a personagem. Falo mais no trabalho do André por ser atriz e por achar que “Teatro é a arte do Ator”. Mas os outros elementos do espetáculo são igualmente belíssimos, a luz sensível de Jorge Bweres que nos leva para vários lugares, realizam efeitos delicadamente maravilhosos. A música que está sendo operada por Tina Medeiros, entra e sai sem agredir, e quando fica em cena, é cúmplice do ator, não disputa com ele, sabe que tudo aquilo é um conjunto, e que no fundo, todos querem mostrar aquela personagem e sua verdade, e isso se fazem muito bem!
MERDA PRA TODOS VOCÊS!
Sou apaixonada por estes loucos!

Suzy Lopes

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VENTO DO AMANHECER EM MACAMBIRA

Lívia (Suzy Lopes)

Lívia e Urbano (Suzy Lopes e Sergio Mota)

            Eu tinha 15 anos e estava em casa ouvindo Legião Urbana, aí minha mãe chegou em casa e falou: "Suzinha, eu fiz tua matricula no curso de teatro do Espaço Cultural!" Na hora eu perguntei: Curso de quê?. Eu não entendia porque que minha tinha me matriculado em um curso de teatro sem nem me perguntar se eu queria fazer. Tudo bem que eu já tinha feito ballet e aerobica no Theatro Santa Roza. Mas nunca tinha pensado em ser artísta, queria ser psicologa! Queria entender as pessoas! Só eu na minha santa inscência iria ter essa pretensão de entender as pessoas. Aí quando fui deitar naquela noite fiquei lembrando que quando eu era criança vivia metida com essas "coisas de teatro e imitação". Na escola, na igreja, fiz parte ainda criança do FEBENshow, um grupo de dublagem para ajudar a FebenCe (Uma instituíção que dava assistência a menores). Inventava apresentações em tudo que ia ter, jantar de familia e tal, armei um circo uma vez no quintal da minha avó com a lona de lençois (Atividade que me gerou muita bronca da D. Maria, minha vó). Em fim, sem me interrogar muito, fui para o tal curso no Espaço Cultural, e em pouco tempo eu compreendi porque minha mãe tinha me matriculado naquele curso, simplesmente ela entendeu antes de mim a minha a minha profissão. Ela, a minha mãe, a D. Sofia, me conhece muito (o que sempre me deu muito trabalho...rs). Eu sei que sem que eu percebesse, eu já estava apaixonada por todo aquele universo que eu estava decobrindo, os exercícios, as vivências, as convivências, os professores e suas conversas que nem sempre eu entendia, o convivio com aqueles seres diferentes de todos que eu já havia conhecido. Conheci muita gente legal e foi alí, naquele curso de Formação de Ator no Espaço Cultural em que tudo começou. Tive aula com Mosquito, Jandaciara, Fátima Pessoa, Rubéns Teixeira, Plínio Sergio, Roberto Cartaxo, me desculpe se eu esqueci o nome de alguém, é que fazem 17 anos! (rs)
             Eu ia tão empolgada praquelas aulas, parecia que não tinha mais nada de melhor pra fazer na vida. Ficava em casa, já não mais só ouvindo Legião, e sim lendo aqueles textos tão complicados e complexos que os professores davam pra gente ler em casa, tudo era tão complicado, e depois foi ficando mais. E ainda hoje é complicado...
            O ano era 1995. A primeira parte do curso eram as aulas de expressão corporal, improvisação, preparação vocal, interpretação de texto e maquiagem. A segunda parte seria a montagem do espetáculo.
Lemos junto com Roberto Cartaxo que seria o diretor do espetáculo, muitos textos, e decidimos por "Vento no Amanhecer em Macambira" de José Condé, adaptado por Roberto Vignati. A peça tratava do amor, desolação e delírio de Urbano que buscava voltar para os braços de Lívia, uma mulher que bailava em sua mente. A peça tratava de coisas que eu com meus singelos 15 anos ainda não compreendia, não fazia parte do meu adolescente mundo, mas eu me esforçava muito para compreender todos os sentimentos dos personagens, não só o da Lívia que eu interpretava, mas de todos que com ela contracenava. E Lívia era algo muito sublime, era um sonho bonito interpreta-la. Ela dançava. Como era leve! E eu nem gozei de toda sua beleza, hoje faria muito diferente do que fiz, mas valeu demais fazê-la.
E a peça era outro universo muito dificil e distante de mim, pois Roberto Cartaxo usava uma linguagem absolutamente futurista para tratar aquele campo regionalizado. Uma peça cheia de efeitos sonoros e visuais. Que vai ficar para sempre em minha memória.
Valeu muito Roberto, muito obrigada por tudo que vivemos! Como foi importante para mim este processo. E neste processo eu conheci figuras que estão até hoje na minha vida de uma forma ou de outra, mas nele eu encontrei uma grande amiga, que apesar de morar no Rio de Janeiro, mas que tem grande responsabilidade em tudo que busquei depois, é Iana, é com você mesmo que eu estou falando! Valeu amiga por tudo, alías, vale tudo ainda!

FICHA TÉCNICA:
Texto: José Condé
Adaptação: Roberto Vignati
Direção: Roberto Cartaxo
Elenco: Ailma Alves, Alexandre Villas, Amaury Cortes, Antônio dos Santos, Artur Leonardo, Fábio Costa  
            Moreira, Gilma Farias, Iana Marinho, Joseane Camelo, Lidiane Albuquerque, Suzy Lopes, Sergio 
            Mota, Verônica Albuquerque, Vivian Corrêa. 
Sonoplastia: Fábio Moreira
Coreografia: Plínio Sergio
Cenográfia: Roberto Cartaxo e o Grupo
Iluminação: Roberto Cartaxo e Fabiano Diniz
Maquiagem: Jandaciára Gíssi
Cartaz: Sérgio Mota

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ERA UMA VEZ VERÔNICA um filme de Marcelo Gomes

Eu e Hermila Guedes nos bastidores de "Era uma vez Verônica"
Dra. Verônica (Hermila Guedes) e Eliclaustenes (Suzy Lopes)





Um dos presentes que eu ganhei este ano foi fazer uma ponta no filme de Marcelo Gomes intitulado "Era uma vez Verônica". Adorei esta vivência com a sétima arte. Verônica é interpretada por Hermila Guedes, uma grande atriz e muito generosa em cena. Adorei contracenar com ela, e observa-la no set, aprendi muito com isto.
Era uma vez Verônica trata da vida de uma jovem de classe média do Recife, que acabou de se formar em medicina, o quadro que muitos jovens já se viram, sai da faculdade com um diploma na mão e aquela pergunta na cabeça, e agora? Verônica está fazendo residencia em um hospital público, e as situações vividas por ela acaba a deixando no meio de uma crise existencial.
Eu interpreto Eliclaustenes, uma jovem mais ou menos da idade da Verônica, que vai ao consultório da doutora para uma consulta, e acaba gerando um conflito maior na doutora, que se identifica de cara com a situação da jovem vivida por mim. Nossa cena filmada no Hospital das Clínicas na UFPE em um manhã de domingo, foi uma cena muito feliz, muito sensivel. Eu e Hermila tivemos uma sintonia entre nossas personagens, tão gostosa. Acredito que muito pela generosidade da atriz já com intimidade com as cameras, o que não é meu caso.
Marcelo, o diretor é um fofo. Muito gentil e competente. Sem alteração de voz em momento algum. Dirige com uma sensibilidade de mestre. Sua voz sempre mansa e amiga, te fala claramente por onde acha que vocÊ deve caminhar para chegar onde a cena pede. Muito obrigada Marcelo pela experiência de ter participado deste filme, nem sei se minha cena fica mesmo no filme, pois na sala de edição os filmes se transformam né? Mas só em ter feito parte deste processo, desde a preparação do elenco com o Pedro, a visita enriquecedora ao hospital, o convivio com Hermila, esta grande atriz do cinema nacional. Muito obrigada W.J. Solha por nossas conversas de ida e volta para Recife. Obrigada Rec Produtores por ser capaz de se tornar possível este sonho não só de Marcelo. Obrigada Carlos Dowling por ter me indicado ao pessoal. Obrigada Lívia por todo carinho e cuidado da produção. Em fim, Valeu demais, a gente se vÊ no lançamento!


sábado, 18 de dezembro de 2010

Maracangaia

Eu vou pra Maracangaia eu vou!

FÉRIAS

Graças à Deus eu tive um ano cheio de coisas para fazer! Então além da satisfação de fazer coisas que gosto, eu tive muito cansaço também é claro! Embora o cansaço do que você faz com prazer é sempre melhor do que o cansaço de algo que vocês faz por obrigação ou sem prazer. Né?!
Mas em fim as férias chegaram, não serão longas, mas eram precisas! Começaram hoje e vão até o segundo dia do próximo ano. Espero que eu tenha tempo no meio da diversão pra falar sobre as coisas que eu fiz, pois existem várias que são dignas de notas!

Um beijo no coração de cada um que acompanha meu blog, ou que esteja lendo pela primeira vez! Boas férias para todos.






sexta-feira, 12 de novembro de 2010

MAS QUEM FOI MESMO PAULO PONTES?

Dia 8 de novembro, o dramaturgo paraibano Paulo Pontes completaria 70 anos de nascimento, se vivo estivesse. Mais uma vez, a memória do nosso maior teatrólogo passou em brancas nuvens na Paraíba... O texto abaixo, já divulgado há 4 anos, tratava exatamente dessa apatia com uma pergunta: Quem foi Paulo Pontes?

Era o dia 28 de dezembro. O ano, 1976. Naquela data, o paraibano Vicente de Paulo de Holanda Pontes tinha sido enterrado pela manhã no Cemitério São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro. Havia falecido um dia antes, aos 27 de dezembro e com apenas 36 anos de idade no Hospital São Samaritano, na capital carioca.

No mesmo dia de sua morte, foi homenageado pela classe teatral que tanto o estimava e respeitava o seu trabalho como intelectual, quando os teatros do Rio de Janeiro liam em cena aberta, à noite, uma emocionada carta de condolências.

Como se vê, as homenagens começaram cedo. No ano seguinte, novamente a classe teatral do Rio de Janeiro fazia uma homenagem póstuma com a leitura de vários de seus textos. O tempo vai passando e, em 1981, portanto 5 anos depois, é criado um prêmio com o seu nome destinado ao reconhecimento de profissionais do ramo de teatro, pela Associação Carioca de Empresários Teatrais.

As homenagens no Rio de Janeiro, em São Paulo e nos outros países que encenaram peças e shows de sua autoria demonstram a grandeza de Paulo Pontes no cenário cultural brasileiro. Foi um homem que cultivou amizades com grandes personalidades artísticas deste país – como Chico Buarque, Ruy Guerra, Jorge Dória, Oduvaldo Viana Filho, Flávio Rangel, Antunes Filhos e muitas outras, sem contar o detalhe de ter sido casado com a atriz Bibi Ferreira.

Com uma grande presença no eixo-Sul deste País, na verdade Paulo Pontes nunca abandonou a Paraíba. Nascido em Campina Grande, em 8 de novembro de 1940, iniciou suas atividades desde meados dos anos 50, tanto no Teatro como no Rádio. Foi ele, inclusive, um dos precursores desses programas radiofônicos de meio-dia que duram até hoje com ampla audiência, ao criar e comandar na Rádio Tabajara um programa intitulado “Rodízio”.

Como tantos grandes artistas da Paraíba, Pontes precisou do Rio de Janeiro para projetar o seu trabalho e o seu pensamento, mas passou quase toda a vida indo e voltando.

Retornando às homenagens, cabe nos perguntar, agora, o que tem sido feito pela Paraíba em memória desse importante dramaturgo. Passagens episódicas dessa ou daquela lembrança. Acrescente-se, aí, a denominação do teatro do Espaço Cultural, hoje a maior sala de espetáculos que a Paraíba possui em termos de capacidade de lotação.

Entretanto, não é raro escutar, aqui e ali, alguma pergunta do tipo:

– Quem foi Paulo Pontes?

Não é exagero. A população de João Pessoa, a grosso modo, sabe da existência de um teatro com esse nome, mas não sabe nada sobre o seu patrono. Vamos ainda mais longe: a própria classe artística, embora sabendo que se trata de um autor, a grosso modo não conhece a sua história nem tampouco a obra.

E aí vale a segunda pergunta: como é que Paulo Pontes é tão conhecido e ninguém conhece a sua obra? Muitos não conhecem sequer um título das mais de dez peças que ele escreveu!

Estamos há mais de 30 anos sem a presença física de Paulo Pontes, e muito pouco a Paraíba conhece sobre ele. A denominação do Teatro Paulo Pontes (pelo menos isso!), alardeia o seu nome quase diariamente com as notícias dos eventos ali realizados. É como os nomes de ruas que se tornam célebres apenas pela rua. Eu moro numa rua chamada Antonio Targino, mas não sei quem foi Antonio Targino.

E quem é Paulo Pontes? Quem sabe o que ele fez? Meia dúzia de intelectuais, ou uns escassos atores da velha guarda, ainda cultivam a lembrança de um ativista cultural que já está inserido no time dos melhores autores de teatro deste país – e particularmente entre aqueles autores que passaram por um dos momentos mais difíceis para a criação artística, que foi o perigo da ditadura militar, regime que ocasionou a criação de um ato institucional que só serviu para calar a voz daqueles que faziam da denúncia explícita um ato de coragem, uma expressão artística de protesto ao autoritarismo pós-64.

Grande virtude de Paulo Pontes: foi uma voz que nunca se calou! Como tantos grandes artistas de protesto, que continuaram se exprimindo através de metáforas, Paulo encontrou seus subterfúgios para continuar colocando, a serviço do povo e da cena teatral brasileira, uma dramaturgia marcada pela resistência – embora muitas vezes sob o disfarce de uma aparente comédia de costumes, como no caso de sua célebre peça “Um Edifício Chamado 200”.

É chegado o momento de se formar uma grande mesa redonda em torno da obra dramatúrgica e do pensamento desse autor, corrigindo as injustiças e o ostracismo da informação sobre o trabalho de uma personalidade tão complexa no contexto da formação cultural, social e política da segunda metade do século XX.

Essa obra precisa ser divulgada, lida e estudada. Finalmente, a memória de Paulo Pontes não pode continuar restrita à simples afixação do seu nome na placa de um teatro.

Tarcísio Pereira

terça-feira, 3 de agosto de 2010

SUZY LOPES, VALMIR NEVES e SERVILHO HOLANDA VENCEM VI POESIA ENCENADA DO SESC









“Xícara de chá, colher de açúcar” de Valmir Neves, foi a grande vencedora do VI Poesia Encenada, ao arrebatar as duas premiações principais do evento, que terminou na noite desta quinta-feira (20). Defendida e interpretada pela atriz Suzy Lopes que conquistou além do prêmio de Melhor Interprete, também ficou em primeiro lugar. A performance vencedora teve direção do ator Servilho Holanda.
A finalíssima da sexta edição do Festival realizado na Área de Lazer do SESC João Pessoa, esteve lotada por estudantes, críticos, artistas ligados às áreas de teatro, dança, música e artes plásticas, e naturalmente o setor literário. A partir das 19hs o espaço cultural do Sesc abrigou as 17 performances que foram consideradas as “melhores apresentações artísticas” selecionadas nas duas eliminatórias realizadas nos dias 18 e 19 de maio de 2010. O júri esteve composto pelas atrizes e arte educadoras Palmira Palhano e Ingrid Trigueiro, poetas Antônio Mariano, Elionaldo, Polibio Alves, Cristina Guedes e Socorro Xavier, o ator Márcio Barcelar.
Foram premiadas as seguintes poesias e respectivos poetas:
Prêmio Revelação – “CASAL” de Francisca Vânia Nóbrega
Melhor Poesia – “R.CICLO” de Chico Viola
“CARNEIROS” de Michel Costa
Melhor Interprete – SUZY LOPES com “XÍCARA DE CHÁ, COLHER DE AÇUCAR” de Walmir Neves
1º LUGAR – SUZY LOPES com “XÍCARA DE CHÁ, COLHER DE AÇUCAR” de Walmir Neves
2º LUGAR – CHICO VIOLA com “R.CICLO” de Chico Viola
3º LUGAR – DANIEL PORPINO com “UMANO” de Daniel Porpino
4º LUGAR – RAQUEL APOLINÁRIO com “DÉDALO” de Ana Amélia Apolinário
5º LUGAR – CLARA e VITOR com “CARNEIROS” de Michel Costa.
Este ano o festival organizado pelo setor de cultura do SESC/CENTRO – João Pessoa, contou com mais de 34 poemas que participaram das eliminatórias. O festival também contou com a mostra de poemas de Marcus Alves na Parede Poética “O Eterno e o Provisório” e ainda performances de Cely Farias com os mesmos poemas. Lunáticos e Acrobáticos / Trupe Alerquim, Zé Cazuza e outros poetas do Cariri, Palavras e Emoções de Tereza Laurêda Ventura. Como também com exposições Cores e Formas com quadros de Carlos França e esculturas de Sílvio Feitosa.

CLEBER LIMA

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

COBRANÇA!




Hoje o poeta carioca radicado na Paraíba Alan Rigo, me ligou me cobrando uma atualização do meu blog, e eu me toquei que realmente estava precisando, pois um pouco mais e faria um ano de minha última postagem. O problema é que eu tenho escrito muito, só textos mais academicos para meu curso na universidade, mas vou selecionar uns para serem postados, e espero que gostem, mas essa postagem é só pela felicidade de falar com um amigo que não falo há tanto tempo. Então Alan Rigo, essa postagem é só pela sua cobrança. Um cobrança de produção! Eu também vou te fazer uma cobrança. Cadê o seu blog??????????????
Que bom tê-lo de volta amigo! Depois vou postar mais coisas....

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

E TOME MARIANO!!!!


Amanhã será mais uma noite que me entrego a poesia, que levo meus sentimentos para entregar aos presentes...de forma pura e verdadeira e apenas se divertir...
Espero todos e peço a Deus que mais uma vez eu tenha a permissão de usar do meu oficio de interpretar, que mais uma vez eu consiga emocionar o outro, que mais uma vez eu vá lá e deixe cravado no coração...
E vou beber muito Mariano, esse poeta que eu adoro e que também faz parte da pouca grama de amigos verdadeiros que tenho! Nem é tão pouca assim essa grama, graças à Deus, mas o tamanho dela na verdade não importa, o que importa é a qualidade dela e essa eu sei que é enorme!
Então vamos nós!
E TOME MARIANO PRA CIMA!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Agosto pra tudo!

Eita, fiquei um tempo sem nem dizer qualquer coisa ? Mas é que nem o tempo me deu vontade, mas agora veio de vir, e aí está...foi massa subir no balcão e gritar que eu era Lau Siqueira, no principio, ninguém entendeu nada, mas aos poucos todos foram também querendo se transformarem em Lau, ou pelo menos em Lua...Obrigada aos Deuses da poesia que mais uma vez me deu um momento tão mágico para ser guardado, gravado no coração. E todas as energias vindas do que são frágeis e que seus espíritos também contém poesia. Por siqueira ou não queira com poesia é melhor!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Frágil, contém poesia. Frágil, contem!

Poesia, teatro e artes plásticas no Empório Café


A atriz Suzy Lopes, o poeta Lau Siqueira e o artista plástico Sandoval Fagundes neste dia 11, a partir das 20 horas, estarão no Empório Café. Num sarau reunindo artes plásticas, poesia e teatro. É assim que acontece o Café em Verso & Prosa, toda segunda terça-feira de cada mês. O projeto é coordenado pela atriz Suzy Lopes que a cada evento homenageia um escritor. Neste mês de agosto a homenagem se dará à Lau Siqueira, com uma performance ancorada no seu último livro, Texto Sentido.
Os poemas serão interpretados por Suzy Lopes enquanto o artista Plástico Sandoval Fagundes apresentará simultaneamente uma outra performance denominada de “Alma Plana”. Na prática, durante o evento, o artista utilizará um local específico do bar como atelier para pintar sobre silhuetas de mulheres completamente nuas. Após a apresentação, o espaço estará aberto para a participação dos artistas presentes e das pessoas que desejem partilhar poesia.
O Café em Verso e Prosa acontece desde 2005 e já faz parte do calendário cultural da cidade que se define para além da performance apresentada, com o espaço aberto para a leitura ou cantoria de poemas por poetas e admiradores da palavra enquanto instrumento da arte.
O evento já rendeu homenagem há diversos escritores. Tais como Castro Alves, Viviane Mosé, Cláudio Noah, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Elisa Lucinda, Tavinho Teixeira, Cazuza, Renato Russo, Fernando Pessoa e outros. A próxima edição será em homenagem ao poeta paraibano Antônio Mariano.
O Empório Café fica localizado em Tambaú, na Rua Coração de Jesus, número 210, por trás da tradicional Feira de Artesanato.
Fone: 3247-0110.
apóio:
SONY PRODUÇÕES 8836-7119

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Linhas Afetivas da Pele" (Registro)

No último "Café em Verso & Prosa" foi muito bom...alías lilás, a volta desse sarau sempre é muito boa, depois é que os frequentadores do Empório estragam, mas fazer o que? Sem eles o bar fecha, então que eles estejam então!
Mas no mês passado eles não atrapalharam muito não e ainda escutaram, só tive que pedir silêncio uma única vez, mas aí eu entendo que é uma questão de manter as tradições que não podem serem perdidas jamais!
Tive presenças maravilhosas, começando pelos convidados:
Sandoval Fagundes que é uma figura que eu admiro desde que comecei a fazer teatro em 95, em muitos momentos a gente sempre se encontrava por aí e eu sentia uma energia dele muito legal e inspiradora. Faço parte com muito orgulho do livro que ele vai lançar no próximo ano. Seu livro irá se chamar "Linhas Afetivas da Pele", e acredito que vai ser um livro muito bonito, com poesias, fotos e pintura. Na noite no Empório, falei poesias de Sandoval, e ele me pintou como em seu livro, também convidei e ela aceitou, a minha fiel escudeira Talitinha, que além de ser pintada também recitou Sandoval.
Shiko, é outra figura que eu conheço desde sempre! Sou apaixonada pela sua arte e quem não é né? Acho brilhante sua percepção de artísta e humano, adoro suas telas e tê-las exposta no sarau foi indescritivel.
Sempre só tenho a agradecer: A Sony Produções que sempre apoiou o sarau com seus recursos técnicos e nunca cobrou um real, valeu Sony! Talitinha que além de muito amiga tá sempre aqui, a Dandara que há um tempo tem sido fundamental na divulgação do sarau. E agora eu soube que foi promovida e assinou contrato como fotografa oficial do sarau...E as pessoas que aparecem no sarau e só acrescentam: Paulo Vieira, Nyckaelle Barros, Joca das Condonhas, Sullamino que eu não conhecia mas que chegopu com sua poesia e já fazia parte do todo. Valeu pessoas do meu coração...ai, fui piegas agora ou foi impressão? kkkk...Ah, sei lá!



segunda-feira, 27 de julho de 2009

Teremos ou não OUTUBRO DE TEATRO este ano?‏‏

Um dos mais interessantes projetos culturais surgidos em João Pessoa nos anos recentes encontra-se sem retorno, sem resposta, ninguém sabe nada a respeito, ninguém também pergunta nada, infelizmente...a grande pergunta que me surge agora é merecidamente essa: vamos contar com a realização do festival Outubro de Teatro ou não este ano?
Trata-se de uma proposta que mobiliza diversas platéias que já acompanham com vivo interesse a programação de artes cênicas da nossa cidade e que colabora enormemente com a formação de novos públicos, na medida em que abriga os cinco principais eventos de teatro e dança promovido sob a coordenação da Funjope-Fundação Cultural de João Pessoa.
Quem teve a idéia de aglutinar ao longo do mês de outubro esses eventos organizados pelo Lima Penante, Ednaldo do Egito, UFPB, Sesc e o festival de monólogos, teve bem mais que uma feliz idéia numa terra em que se perde muito tempo metendo o pau na vida alheia, ou melhor: no talento e consequentemente no trabalho dos "concorrentes". O fato é que hoje esse festival faz a maior falta, sobretudo pelo intercâmbio que possibilitava, seja entre o pessoal que milita em João Pessoa, seja pela chance de trazer grupos de fora para realizar oficinas e apresentações.
E o melhor é que o coordenador do grande festival, digamos assim, Nanego Lira, é uma pessoa de fácil acesso, hábil, sincero, que consegue reunir sem arestas entidades e grupos. Isso também é positivo que se diga publicamente, para que não se pense que o festival deixou de acontecer por conta da falta de atenção de Nanego.
Pois bem... estamos em julho e nada se diz a respeito de tão importante assunto, num tempo em que se propaga tanto na mídia que a cultura enfim vai ser prioridade na Paraíba. Nada mais coerente então que seja organizado com o mesmo formato o Outubro de Teatro,a um custo tão baratinho: cerca de 70 mil, haja vista que a Funarte sempre entra com 50% da grana total investida.
Convenhamos, gastamos muito mais dinheiro com coisas que condenamos e com as quais não nos identificamos...
Numa cidade extremamente carente de idéias onde somente trocamos os títulos de nossos projetos, numa Paraíba cansada de tanta guerra rsrsrsrsrsrs nada mais justo que se responda em tempo hábil se vamos contar com essa feliz idéia, coordenada por Nanego Lira,que não pertence ao meu clã, não faz parte do meu grupo, não frequenta minha casa, não me diz amém, e por isso mesmo merece esse reconhecimento.
Ficamos no aguardo de um resposta dos companheiros de tantas lutas que agoram são autoridades;Pedro Osmar, Milton Dornelas, Chico César, Heriberto Coelho, que neste momento se encontram do outro lado do birô e já devem ter em mãos a proposta da versão 2009 do evento...para uma análise e possível resposta.
Que eles consigam nos reunir em torno dessa idéia feliz que não tem dono nem significa repeteco!

Chico Noronha- Jornalista


quinta-feira, 11 de junho de 2009

VOLTA DO SARAU

Ei beradero, tu faz o que terça dinoite?

Oia, vai tê sará no Empório Café e é mai cum POESIA MATUTA visse?!

Cum as danadinhas da SUZY LOPES e THALYTA LIMA.

E a praticipação ispeciá:
CELY FARIAS, DANIEL PORPINO, MARCOS PINTO, MIRA MAYA, RÔMULO ALISSON e THARDELLY LIMA (eita, qui essi é difici di iscrevé!)

VAI SER É ARRETADO DE BAUM!!!
Oxi, tu vai fica em casa cumendo milho é?
Omi, dexi de sê besta, se brincá Diocelio até puxa a quadrilha!!!!!

TERÇA-FEIRA dia 16 de JUNHO depois das 19:00

EMPÓRIO CAFÉ
Fone: (83) 3247-0110
Rua: Coração de Jesus, 201
Tambaú ( Por trás da Feirinha )

Quaisquer coisa: 83 8801-8533!

APÓIO:
SONY PRODUÇÕES (83) 8836-7119

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O menino do violão

Eu sempre me mudei muito de cidades e casas e eu era conhecida como "a novata", e a novata causa um certo frisson né? Todos os meninos querem conhecer, depois eu deixava de ser "a novata" e passava a ser a "a menina que faz teatro". Eu até gostava de ser a menina que faz teatro! Achava engraçado. Parecia que eu era a única menina do mundo que fazia teatro, e era mesmo no mundo das ruas onde eu morava, e esse tempo que eu tô falando ainda não havia orkut, site, blog ou msn... então nossa rua era mesmo o mundo! Bom, um dia a menina que faz teatro conheceu o menino do violão. E a menina que faz teatro ficou muito amiga do menino do violão, eles passavam tardes e tardes juntos, o menino tocando e a menina viajando, de vez em quando a menina recitava umas poesias para o menino. Eles se divertiam muito juntos, riam muito, cantavam muito, tudo a menina contava para o menino, ele ia ver os ensaios dela, ele até fez uma canção pra ela! E numa tarde dessas de música, amizade e poesia, o menino do violão beijou a menina que faz teatro. E o menino do violão e a menina que faz teatro agora eram namorados. E muitas outras músicas foram feitas, o menino ficava ditando suas inspirações e a menina escrevia. Namoraram um tempão, e era um namoro muito artístico com música, poesia e teatro. Mas um dia a menina e o menino terminaram namoro. A menina continuou fazendo teatro e o menino continuou tocando violão, só que cada um no seu tempo e espaço. Agora no tempo sem fronteiras da internet, o menino do violão que já não é mais um menino adicionou no orkut a menina do teatro que também não é mais uma menina, embora não sejam mais meninos, continuam fazendo as mesmas artes, ela no teatro e ele na música. Ele já não mora mais na mesma cidade e é casado hoje com uma cantora em BH, ela ainda mora na mesma cidade e também é casada, não com uma cantora, mas com um músico-compositor pernambucano de grande qualidade. E a atriz ficou muito feliz em receber por e-mail o trabalho do músico. Ficou muito mais forte sua voz e sensibilidade músical. Agora ela mostra para as pessoas as músicas de GABRIEL SILVA, um músico de Minas Gerais, dono de uma voz maravilhosa e muito gostosa de se ouvir. E como sua poesia amadureceu, ficou mais claras as ideias, musicas que eu tinha conhecido antes demorei um pouco pra reconhecer. Parabéns Gabriel! Te desejo fronteiras maiores pra se conquistar e tenho muito orgulho de ter acompanhado bem de perto o seu talento que é desde quando tu era um menino.

Mar

Mar...


Pela janela a menina olhava o Mar...
Mar parado...
Mar mareando...
Mar chamando...
Mar mexendo...
Mar esperando...
Mar sendo esperado...
Mar resiste qualquer coisa...
Exceto tentação...desejo e vontade...
O Mar sonha com a atriz...
A atriz deseja levar poesias pro Mar...
E se por força da lua, o Mar a a Poesia se encontrar, que verso surgirá?
Verso de fitas, vinho e tempestade...

Terça, 28 de abril de 2009

domingo, 8 de março de 2009

O Amor


Amo-te tanto que nem preciso de você no te amar.
Amor sem fôrma ou forma.
Amor nos guardanapos que trago para casa,
nos meus bolsos pelos fins de noite.
Amor na minha mão me amando só.
Amor na hortelã do creme dental toda manhã.
Amor na catraca dos coletivos, quando passo.
Amor derramado nos copos.
Amor colado nas paredes lá de casa.
Amor refletido no sol dentro dos dias.
Amo-te tanto que nem preciso de você no te amar.
Amor nas latas de lixo.
Amor nos muros que picho sem pichar.
Amor nos olhos dos outros que nunca te viram.
E eu te mirando.
Amo-te tanto que tenho medo da tua presença.
Como seria você no tudo?
Quem seria eu?
Qual fronteira traçar entro nós?
Meu grande amor, amar é nó ou laço?

Cláudio Noah
Outubro de 2007

Rascunhos...

E tem o amor que não vou fazer
Monte de carinhos guardados
Que termina em milhões de desejos.
O amor que eu nunca vou fazer é criança
É alucinado e acalorado
O amor que eu nunca vou fazer...
Jasmim
Alecrim
A cor da aurora
Alguma hora encantada...
Eu fantasiada de alegria
Cheia de instantes e momentos.
O amor que eu nunca fiz
De certa forma eu já fiz
Quando olhei nos seus olhos
Quando beijei a sua boca
Quando fiquei completamente louca
O nosso segredo estrapolado
Beijado
Suado
O amor que eu nunca faço
Nunca vou fazer

.......................Tenho certeza que fevereiro de 2007!

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Meu amor!
Saiba que depois que conversamos
Saí para comprar cigarros, dar uma volta...
E caminhei bem devagar
Caminhei sobre nossas palavras
Não alterei a velocidade
Dos passos do pensamento.
E não tinha ninguém, carros e os semáforos falavam sozinhos
E eu ali só com você
Senti que você tinha me tomado como ninguém
E ninguém ali mais passava
A não ser você por meus caminhos
Brisa que virava vento que me derrubava

.............................10 de Maio de 2007
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Meu amor,
enquanto te esperava os dias vazavam
Noites dilaceravam
Flores caiam e tudo morria

Enquanto tu não vinha
Os vaga-lumes calavam
As cores desbotavam
As janelas fechavam

Enquanto me conformo
Durmo muito
Sonho pouco

.....................26 de maio de 2007!
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Ainda rascunhos...

Desculpe por tudo mesmo, não pelas coisas boas, mas por todo o resto, um dia vamos nos encontrar a sós. Tanto desejei um papo de frente para o mar no fim na tarde, uma coca-cola no parque, uma explicação no olho, um abraço de desculpa. Você foi meu presente mais bonito e curto, mas tão intenso. Te amo muito e como ñ queria e nem esperava. Não sei mais o que dizer, mais também não vou dizer adeus...pronto!

............................Abril de 2007



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Escrevi isso num buteco ontem depois que falei com você
E que pra você esquecer de mim não basta apagar as palavras, rasgar páginas e páginas de versos. Pra voce me esquecer é preciso deixar de ser você, de caminhar saltitante pelas imagens de nossos instantes. Pra você me esquecer é preciso tirar do lugar as coisas infindas que o acaso decretou

E agora acabou!


.....................Nem sei, sei que era 2007 e chovia!


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Lógico que escrevi bêbada isso num papel qualquer, mas não foi qualquer sentimento....Ai que saudade da nossa aproximação quando ainda nem nos conhecíamos. Como queria você aqui neste momento bebado.Não sei quando vou silenciar.
Como você é tá linda...
fotos, desenhos, fitas, músicas e amores bandidos.

Às vezes me sinto uma boba, acho que estou falando comigo mesma
Quando você me esquecer, algo de mim se perderá
Quero tua forma ousadia
Apenas quero-te
Quero e mais nada!

...................................Ainda era 2007!



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