sábado, 12 de novembro de 2011

CABARET TEATRO 55






Estréia neste sábado  na CASA DE MUSICULTURA no Centro Histórico às 22:00h o CABARET TEATRO. Direção e concepção de José Tonezzi. Com Jorge Felix, Suzy Lopes, Marcos Brandão, Pollyanna Barros, Sávio Farias, Érica Maria e Herlon Rocha, com participação especial de Netto Ribeiro. Com patrocínio do FMC – Fundo Municipal de Cultura.
Cabaret-Teatro 55 é um evento de caráter poético-musical que se propõe a utilização de variadas linguagens cênicas, envolvendo atores, dançarinos, cantores e músicos. Explora uma vertente que teve o seu auge em fins do século XIX e nas primeiras décadas do séc. XX. Fazendo, entretanto, uma mistura e uma homenagem aos diversos estilos de cabaré, popularizados tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e na América Latina. Suas maiores referências são a sátira e a crítica social presentes, sobretudo, no cabaré alemão do entre-guerras. Seu tema principal remete à urbanidade e às relações de exploração do homem pelo homem, como conseqüência das condições socialmente dadas. Isso, entretanto, sem perder o bom humor tão característico desse tipo de manifestação. Poetas universais, como Charles Baudelaire, juntam-se a autores locais, como Lúcio Lins, na constituição e na evocação do tema do mar, do amor e da morte.
A encenação e a dramaturgia ocorreram de maneira integrada construídas com base em jogos e exercícios específicos a partir do corpo e da voz dos atores no processo de montagem.
O Cabaret é mais uma atividade do Projeto “Café em Verso e Prosa”, sarau organizado pela atriz Suzy Lopes que acontece há seis anos em nossa capital. “A idéia surgiu quando o meu professor José Tonezzi foi ver o sarau que eu faço, gostou e me fez o convite de fazermos um sarau em homenagem ao Brecht que iria completar 55 anos de morte neste ano, então começamos a conversar sobre e a idéia foi ficando maior, até que resolvemos escrever no edital do FMC – Fundo Municipal de Cultura e fomos contemplados, então fizemos teste para formar o elenco. Com isto, criamos a possibilidade de ampliar as possibilidades e aprofundar a linguagem utilizada, com uma pesquisa cênica que incorpore à récita poética elementos musicais e dramáticos. A forma escolhida, o cabaré, dá-se pelo fato de terem os musicais um grande apelo popular, além de permitir o rearranjo do espaço cênico, por meio do uso de lugares alternativos. Assim, embora possa ser apresentado num teatro convencional, o intuito é que o resultado seja versátil, constituído para espaços diversos”.
O espetáculo trás muita descontração e diversidades em seu roteiro, com números de récita poética, musical, dança e interatividade. E a cada noite terá uma participação especial de um convidado, um número que não está no roteiro, sendo diferente a cada apresentação, nesta noite de estréia o convidado será o ator performático Netto Ribeiro, que fará uma homenagem aos musicais da Broadway e assim tornará a noite do Cabaret ainda mais atrativa. 


SERVIÇO:
Estréia Cabaret-Teatro 55
Com: Suzy Lopes, Jorge Felix, Érica Maria, Marcos Brandão, Pollyanna Barros,
Sávio Farias e Herlon Rocha
Dia: 12 de novembro de 2011
Hora: 22:00
Local: Casa de Musicultura
Valor: R$ 5,00
Informações: 8801-8533

FICHA TÉCNICA
Elenco: Suzy Lopes, Jorge Felix, Érica Maria, Marcos Brandão, Pollyanna Barros, Sávio Farias e
            Herlon Rocha
Direção e concepção: José Tonezzi
Direção Musical: Herlon Rocha

Coreografia e Corpo: Marcos Brandão
Figurino: Tainá Macedo e Suzy Lopes
Fotografias: Bruno Vinelli
Iluminação: Galego Galas
Execução de iluminação: Natan Padoni
Assistência: Angelica Lemos
Produção: Suzy Lopes
Participações especiais: Netto Ribeiro, Nyka Barros,Alessandra Vieira, Edson Sousa e 
                                     Natália Sá

ESTE ESPETÁCULO FOI PATROCINADO POR

domingo, 30 de outubro de 2011

Orquestra de Câmara de João Pessoa estreia “Cantata Bruta”, em comemoração aos 70 anos de W. J. Solha

A Orquestra de Câmara de João Pessoa apresentará, nos dias 29 (sábado) e 30 (domingo), às 20h, no Cine Bangüê do Espaço Cultural, o concerto “Cantata Bruta”. A regência é do maestro Eli-Eri Moura. A peça tem como base texto de W. J. Solha, e faz parte das comemorações dos 70 anos de idade do escritor e artista plástico. O evento gratuito é uma ação conjunta do governo do Estado e prefeitura de João Pessoa por meio de suas respectivas fundações culturais, Funesc e Funjope.

Segundo o maestro Eli-Eri Moura, o concerto é inédito em vários sentidos. Além de se tratar da estreia de “Cantata Bruta”, a peça foi elaborada para execução com dois solistas, dois narradores, sons eletrônicos, coro e orquestra sinfônica. Junto com a orquestra, estarão se apresentando a mezzo-soprano Maria Juliana Linhares, o tenor Edd Evangelista, o ator Walmar Pessoa, a atriz Suzy Lopes e o Coro Sonantis (do Compomus/UFPB), sob a regência de Eli-Eri Moura, direção de palco, iluminação e cenário de Jorge Bweres.

O ineditismo começa com o fato de a obra ser um trabalho coletivo de seis compositores atuantes em João Pessoa. Fazem parte do grupo Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel, e Wilson Guerreiro. Inédita também é a abordagem da Cantata Bruta, que traz para o palco do Bangüê o tema da violência e da banalidade da vida humana na sociedade contemporânea.

“Cantata Bruta” é também parte de uma programação especial promovida pela Funesc e Funjope, com apoio da UFPB, para homenagear o multi-artista W. J. Solha, que faz 70 anos em 2011. Por dois meses, os seis compositores trabalharam na música, cujo texto tem como referência central o premiado livro de Solha “História Universal da Angústia”.

Exposição

Complementando a programação, no sábado, dia 29, às 19h, antes do concerto, será inaugurada a exposição “Waldemar José Solha: O Tempo Não Pára”, com quadros novos e antigos do artista, no hall do Cine Banguê do Espaço Cultural. A exposição tem como curadores Maurise Quaresma, diretora da Galeria de Arte Archidy Picado, e Sidney Azevedo, coordenador de Artes Plásticas da Funesc. A exposição também contará com a colaboração dos restauradores Fernando Diniz e Dulce Enriques.

No domingo (30), às 18h, haverá na Sala Verde do Espaço Cultural um bate-papo Literário com a presença do próprio W. J. Solha. A idéia é fazer um encontro informal com o autor, no qual estarão presentes, como debatedores, o jornalista e poeta Astier Basílio, o Coordenador de Literatura e Memória Cultural da Funesc Archidy Picado Filho, e o jornalista Walter Galvão, editor geral do Sistema Correio de Comunicação. No bate-papo, a plateia poderá participar formulando questões diretamente a Solha. A programação se encerra com a reapresentação da Cantata Bruta, às 20h, no Cine Bangüê, após o debate literário. Toda a programação tem entrada franqueada ao público.

Serviço:
Concerto Cantata Bruta, com a Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa
Regência: Eli-Eri Moura
Data: 29 e 30 de outubro (sábado e domingo)
Hora: 20h
Local: Cine Bangüê do Espaço Cultural
Entrada: Gratuita
Realização: Funesc e Funjope, apoio: UFPB

Programação completa
W.J.Solha, 70 anos

Sábado (29)
19h às 19h50 - abertura da exposição: “Waldemar José Solha: o tempo não para”, no hall do Cine Bangüê
Curadoria: Maurise Quaresma e Sidney Azevedo
20h às 21h30 - Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas: Cantata Bruta (texto de W.J. Solha)
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Bangüê (Espaço Cultural, Avenida Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho)


Domingo, 30
18h às 19h50 -  Bate Papo Literário com W. J. Solha
Local: Auditório Verde (ao lado do Teatro Paulo Pontes), no Espaço Cultural
20h às 21h30 - Concerto da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa com Coro Sonantis e solistas: Cantata Bruta (texto de W.J. Solha)
Regência: Eli-Eri Moura
Local: Cine Bangüê (Espaço Cultural, Avenida Abdias Gomes de Almeida, 800, Tambauzinho)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

NEVINHA NA FESTA DAS NEVES!


Festa das Neves cria personagem ‘Nevinha’, vivida pela atriz paraibana atriz Suzy Lopes, para interagir com público.

       A Festa das Neves tem um atrativo diferente neste ano de 2011. Trata-se da personagem Maria das Neves ou simplesmente `Nevinha´, criada pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) especialmente para a festividade. A personagem é interpretada pela atriz paraibana Suzy Lopes, que promete levar um diferencial humorístico a tradicional festa.
      Durante as noites do evento, realizado até o próximo sábado (6) no Ponto de Cem Réis, a atriz interage com as pessoas de todas as formas: conversando com o público, participando da programação do rádio da festa, subindo no palco, visitando o pavilhão. A idéia é ela representar um dos mais de 723 mil moradores da cidade, que estão sendo beneficiados com as inúmeras ações de serviço e obras executados nos últimos anos pela atual gestão.
      “Nevinha é uma mulher que trabalha muito para sobreviver. Como cidadã, ela sempre está atenta ao que acontece em João Pessoa, pois se sente na obrigação de cuidar de sua cidade. E é justamente isso que a Prefeitura quer passar com a personagem, que cada morador dessa cidade pode participar das discussões por uma João Pessoa cada vez melhor”, afirma a atriz.
        Perfil da personagem - da festa, subindo no palco, visitando o pavilhm as pessoas. Maria das Neves tem 32 anos e mora no bairro do Roger. Como a mãe teve dificuldades no parto, ela recebeu esse nome para pagar uma promessa feita a Nossa Senhora das Neves, padroeira da capital. Ao logo dos anos, `Nevinha´ também se tornou devota da Santa e jamais perdeu uma edição da Festa das Neves, participando da programação religiosa e profana.
        Ela, que trabalha bastante como manicure, ajuda nas despesas de casa, onde mora com os pais. Como cidadã, a personagem fictícia acompanha de perto as ações do poder público, cobrando melhorias para sua cidade. Nos últimos anos, `Nevinha´ afirma que tem observado uma crescente evolução em João Pessoa.
“Antigamente a cidade não tinha cara de capital, pois era pouco estruturada. Hoje temos uma verdadeira face de capital, o município está muito mais limpo, mais bonito, com mais praças e a Estação Ciência, por exemplo”, afirma ‘Nevinha’, criada para representar um dos moradores de João Pessoa, que na próxima sexta-feira (5) comemora 426 anos de fundação.

Secom-JP 
http://www.paraiba.com.br/2011/08/03/03781-festa-das-neves-cria-personagem-nevinha-vivida-por-atriz-susy-lopes

quarta-feira, 15 de junho de 2011

VAMOS NESSA - Paulo Vieira


          O texto é uma homenagem do autor sobre uma atividade que realiza apaixonadamente todos os dias: PEDALAR! E faz isso diariamente e quase profissionalmente, pois existe uma equipe, a Raio de Sol. Ele e vários homens e mulheres, embora a grande maioria seja homens, participam desta equipe e pedalam pelos solos paraibanos diariamente, fazendo um pedal maior aos sábados. Então Paulo quis escrever um texto para falar sobre isso, e queria mostrar um pouco do universo que eles vive. É um texto em linguagem masculina. O linguajar destes homens do pedal, mas que não seriam só do pedal, seriam homens. Para isso, usou como pano de fundo, uma discussão sobre relacionamentos e casamentos em crise, mostra a crise de dois casais e como essa estória se desenrola, a perseverança de um e a perca de controle do outro. De como nossas atitudes vão determinando por nossos destinos.
          A encenação caminha no naturalismo. Pois o texto está muito próximo e humanizado. Relações humanas é o grande foco. E como nos colocamos diante das dificuldades da vida, e os caminhos que podemos guiar para as mesmas.
          No elenco consta: as atrizes do Grupo Graxa de Teatro Kassandra Brandão e Natália Sá. Os alunos/atores do curso de Teatro da UFPB Jamila Facury, Ed Santos e Adailson Costa. E Glaydson Gonçalves da Cia. Abner de Teatro.
          A escolha do texto se deu pelo fato do grupo querer trazer para a cena uma temática cotidiana, embora o texto de Paulo Vieira seja inédito, eu já conhecia. Além de que admiro a obra do Prof. Paulo. Já li todos os seus textos e acho que seria bastante coerente fazer uma leitura de um texto seu, pela qualidade, pela possibilidade de criar este dialogo com o autor e por fazer parte do meu interesse pela dramaturgia paraibana.. Trabalhar com algo que eu já tinha conhecimento, pois o tempo de preparação para a leitura é muito curto. Não chegando a ser um mês.
          E estou adorando a experiência de troca que está acontecendo neste processo. Embora seja um ótimo texto para o cinema, acho que está ficando muito interessante como leitura também. Espero que todos gostem! Principalmente o autor que vai está presente e depois participará da roda de conversa sobre seu texto e minha encenação, que tem uns pitaquinhos dele.



SERVIÇO:

Mostra de leituras dramatizadas do Sesc
VAMOS NESSA (Texto de Paulo Vieira e direção de Suzy Lopes)
Dia: 16 de junho de 2011 (Quinta-feira)
Hora: 19:00
Local: Teatro Lima Penante

domingo, 29 de maio de 2011

LATA ABSOLUTA

Foto: Cristovam Tadeu

                 Eu tenho um namoro profundo e antigo com este texto. Há pelos menos cinco anos o autor dele, o meu amigo e também professor Paulo Vieira, após ver uma peça minha, foi ao camarin me cumprimentar pelo espetáculo e aproveitou e falou de um texto seu que tinha interesse em montar comigo e Isadora Feitosa. Falou muito bem do texto, disse que o escreveu para as atrizes Mayana Neiva e Fernanda Martinez, mas que não aconteceu de montar com elas pois ambas estavam morando fora de João Pessoa, que isso, que aquilo, vendeu muito bem seu peixe, me seduziu e sumiu. Nunca se quer nem me mostrou. Sempre que a gente se encontrava, a gente tocava neste assunto, mas nunca aconteceu nem de eu ler. Ele fez ainda leituras com as atrizes Cely Farias e Kaline Brito, tentou montar com outras pessoas, e que nunca acontecia. Mas como tudo tem a sua hora certa de acontecer... No final do ano passado ele montou o tal texto com as atrizes/alunas Cecília Retamoza e Celly de Freitas como conclusão do Bacharelado em Teatro pela UFPB – Universidade Federal da Paraíba.
             Confesso que fui ver a peça meio enciumada, pois a essa altura eu já havia lido o texto e consequentemente me apaixonado por ele e suas possibilidades cênicas e filosóficas. Mas meu ciúme não durou muito, na verdade nem três minutos, pois de repente. Não, mais que de repente, fui arrebatada, fiquei tão envolvida no trabalho das atrizes que o executam tão brilhantemente, que nem tive como pensar em algo que nem existia.
             O texto é um capítulo à parte! Muito bem escrito, inteligente e engraçado. Nos chega sem dificuldade alguma, é tão bem escrito, e tão dentro de nós, que em alguns momentos você se pergunta: Como eu não escrevi isso? Eu penso exatamente assim! Questiona algo que todos, em algum momento já se questionou, ou vai se questionar. É tão comum, e salientando que este comum é positivo, que você sai com trechos dele na cabeça. Quem se interessar por lê-lo, pode acessar este link que ele está disponível (http://www.teatropb.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=58&Itemid=48)
            Com direção e encenação também do autor. Temos em nossa frente um espetáculo limpo. E que fica cada vez mais redondo. E que eleva o conceito do departamento de Arte Cênica da UFPB. Pois nos trás um espetáculo profissional, digno de atrizes que estão saindo de um curso superior de formação de ator. Utiliza-se em cena, se não todas, quase todas as técnicas que são ofertadas em nosso curso. Fico muito orgulhosa disto tudo. Tenho muito orgulho de dizer que é uma montagem do departamento em que eu estou estudando.
            O trabalho das atrizes é primoroso, detalhado e criativo. Desenvolvem um trabalho vocal e corporal, tão instigante, que em sua temporada de maio na Energisa, eu vi a peça sete vezes! Mas deixando de lado minhas taras e voltando ao trabalho das atrizes Cecília Retamoza e Celly de Freitas, que é simplesmente de se tirar o chapéu. Elas falam seus textos com muita fluidez e propriedade, saindo de uma técnica e trazendo outra sem agredir a quem está assistindo. Se transformam, se trocam, se jogam e se entregam em cena a personagens da Commedia Dell’Arte, Velhos, Macacos, Araras, Palhaços e são elas mesmas em dados momentos. Tudo de forma muito híbrida, natural e com muita técnica.
           Sei que muita gente não viu a peça, pois muita coisa aconteceu neste mês de maio em nossa capital. Mas fica aí meu recado para que quando vocês saibam que LATA ABSOLUTA está em cartaz, não percam novamente a oportunidade de ver. Pois vale muito a pena. E tenho absoluta certeza no que estou dizendo. Agora vou bater lata!

SERVIÇO:
LATA ABSOLUTA
Texto e direção: Paulo Vieira
Com: Cecília Retamoza e Celly de Freitas
Contato: 083 9915-0043

quarta-feira, 4 de maio de 2011

DIÁRIO DE UM LOUCO - Grupo de Teatro Lavoura



Fui assaltada!
Fui mexida. Remexida!
Sou? Estou?
Vou pra onde?
Por que? Pra que?
Tem que ser assim mesmo?
Quem disse?
Quem fez?
Quem o mandou pra lá?
E porque aquela cachorra tinha que contar daquela forma?
Por que Sophe não se apixonou por ele?
E se ele a convidasse pra dar uma volta na lagoa, ou para ver o pôr-do-sol no hotel Globo? Ou quem sabe se ele tocasse para ela uma música do Chico Buarque? E se a levasse para Marte?
Aquele chefe devia se aposentar!
Para onde eu vou?
Para onde ao certo eu não sabia, só sabia que não era pra casa.
Fazer o que em casa com tanta loucura na cabeça? Ficar louca?
Mas quem disse que eu não sou? E quem te garante que você não é?

Saí assim do Theatro Santa Roza na noite chuvosa que resolvi voltar ao teatro quase dois anos depois para ver “Diário de um louco” peça do Grupo de Teatro Lavoura, dirigida por Jorge Bweres e interpretada por André Morais.

Chego no teatro e aquele fala fala com todo mundo, e o esperado sinal para entrar, pela lateral do teatro! Na entrada várias cartas, a sensação de invasão já é grande, estou mexendo na caixinha de cartas de alguém. E isso não pode! Pois o que tem nas caixinhas de cartas de alguém só diz respeito a este alguém, seja lá quem for. Ler um diário? Tá louco? Mesmo que seja de um louco! Não pode, isso é invasão e das sérias! Sempre fui menina de fazer diário, e morria de medo que alguém lesse, e soubesse o que eu pensava sobre as coisas, pois o que eu queria que as pessoas soubessem, eu mesmo contava, meu medo que as pessoas lessem minhas besteiras de adolescente era tão grande que eu inventava códigos pra representar as letras que às vezes, nem eu entendia, esquecia. Bom, mas contando que ninguém lesse também, tava tudo certo.
Entro. Sento.
Uma ambiência que aconchega e assusta! E ainda tinha um homem parado, esperando alguém ou seria algo? Fiquei cabreira com aquele cara, na mesma medida me dava medo, ele me atraía pra conversar. Eu podia fingir que não o estava vendo, talvez ele fosse embora. Mas eu não conseguia, e assim ele não ia. Ficava só ali, parado, olhando, esperando, esperando o que? O trem? Tal qual Pedro Pedreiro? Era além. De repente aquele homem aparentemente normal, começou a ler seu diário, e eu tive vontade de dizer: Ei moço, tem certeza que vai fazer isso? O senhor confia mesmo em mim? Vai dizer tudo que o senhor secretamente escreveu aí? Eu vou saber tudo o que se passa dentro de sua cabeça, e isso é muito sério viu? Mais que sério, isso é muito perigoso!
Ele não me ouviu, talvez tenha sido porque eu nada falei, pois já tinha sido pescada, fisgada, amarrada, seduzida, tocada, sensibilizada, trancafiada. Sei lá o que. Vocês podem dar a palavra que vocês quiserem para o estado que eu me encontrava. Eu já não me importava, não me importava nem mesmo se ia está chovendo quando aquele confessionário terminasse e eu tivesse que ir pra casa ou pra qualquer outro lugar. E o homem não parava, contava tudo, das coisas mais íntimas, da cachorrinha que era mais louca que ele, da sua paixão por Sophe. Do seu chefe desumano. O cara ali na minha frente, bem na minha frente ficou louco. Virou Rei da Espanha. Foi coroado da forma que nenhum rei seria. Eu também tinha muita dificuldade de entender aquele ritual de coroação. Foi anulado quanto ser humano ali, bem na minha frente! E o pior é que eu não fazia nada!

É mais ou menos por aí, que eu começaria minha crítica teatral, se crítica de teatro eu fosse. Como não sou, sou apenas atriz, estudante e amante mais que apaixonada por teatro, vou dizer que tenho muito orgulho do teatro da minha terra. Dizer que vale muito a pena sair de casa mesmo em uma noite chuvosa, para ver, se emocionar, se revoltar, chorar e aplaudir de pé André Morais, Jorge Bweres e Tina Medeiros por este trabalho, que belíssimo! Se o trabalho dignifica o homem, este pessoal tá muito bem dignificado, viu?!. A peça concatena poesia, teatro, vida e verdade. Quanto atriz fico muito feliz em ver um ator tão entregue em seu ofício de atuar, se por em situação de verdade, de se entregar ao jogo, que por ele e seu diretor foi criado, e mais que se entregar ainda ter força e capacidade de nos levar junto. E sem esforço, não há aparente esforço em nos levar, quanto atriz, eu sei também que há um esforço sim e muito grande nesta entrega, que ela é resultado de muito trabalho, de muita aflição no processo de criação, mas não força nenhuma barra. Apenas chega e com muita técnica e naturalidade, se conta uma história. É lindo ver um ator em cena utilizando-se de técnicas, se vê a sua técnica em cena sim, mas sem ficar mecânico. Não se é mecânico em momento algum, eu confesso que morro de medo da técnica, morro de medo dela me endurecer. Morro de medo de não conseguir o que André consegue, lembrar das técnicas sem esquecer a personagem. Falo mais no trabalho do André por ser atriz e por achar que “Teatro é a arte do Ator”. Mas os outros elementos do espetáculo são igualmente belíssimos, a luz sensível de Jorge Bweres que nos leva para vários lugares, realizam efeitos delicadamente maravilhosos. A música que está sendo operada por Tina Medeiros, entra e sai sem agredir, e quando fica em cena, é cúmplice do ator, não disputa com ele, sabe que tudo aquilo é um conjunto, e que no fundo, todos querem mostrar aquela personagem e sua verdade, e isso se fazem muito bem!
MERDA PRA TODOS VOCÊS!
Sou apaixonada por estes loucos!

Suzy Lopes

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

VENTO DO AMANHECER EM MACAMBIRA

Lívia (Suzy Lopes)

Lívia e Urbano (Suzy Lopes e Sergio Mota)

            Eu tinha 15 anos e estava em casa ouvindo Legião Urbana, aí minha mãe chegou em casa e falou: "Suzinha, eu fiz tua matricula no curso de teatro do Espaço Cultural!" Na hora eu perguntei: Curso de quê?. Eu não entendia porque que minha tinha me matriculado em um curso de teatro sem nem me perguntar se eu queria fazer. Tudo bem que eu já tinha feito ballet e aerobica no Theatro Santa Roza. Mas nunca tinha pensado em ser artísta, queria ser psicologa! Queria entender as pessoas! Só eu na minha santa inscência iria ter essa pretensão de entender as pessoas. Aí quando fui deitar naquela noite fiquei lembrando que quando eu era criança vivia metida com essas "coisas de teatro e imitação". Na escola, na igreja, fiz parte ainda criança do FEBENshow, um grupo de dublagem para ajudar a FebenCe (Uma instituíção que dava assistência a menores). Inventava apresentações em tudo que ia ter, jantar de familia e tal, armei um circo uma vez no quintal da minha avó com a lona de lençois (Atividade que me gerou muita bronca da D. Maria, minha vó). Em fim, sem me interrogar muito, fui para o tal curso no Espaço Cultural, e em pouco tempo eu compreendi porque minha mãe tinha me matriculado naquele curso, simplesmente ela entendeu antes de mim a minha a minha profissão. Ela, a minha mãe, a D. Sofia, me conhece muito (o que sempre me deu muito trabalho...rs). Eu sei que sem que eu percebesse, eu já estava apaixonada por todo aquele universo que eu estava decobrindo, os exercícios, as vivências, as convivências, os professores e suas conversas que nem sempre eu entendia, o convivio com aqueles seres diferentes de todos que eu já havia conhecido. Conheci muita gente legal e foi alí, naquele curso de Formação de Ator no Espaço Cultural em que tudo começou. Tive aula com Mosquito, Jandaciara, Fátima Pessoa, Rubéns Teixeira, Plínio Sergio, Roberto Cartaxo, me desculpe se eu esqueci o nome de alguém, é que fazem 17 anos! (rs)
             Eu ia tão empolgada praquelas aulas, parecia que não tinha mais nada de melhor pra fazer na vida. Ficava em casa, já não mais só ouvindo Legião, e sim lendo aqueles textos tão complicados e complexos que os professores davam pra gente ler em casa, tudo era tão complicado, e depois foi ficando mais. E ainda hoje é complicado...
            O ano era 1995. A primeira parte do curso eram as aulas de expressão corporal, improvisação, preparação vocal, interpretação de texto e maquiagem. A segunda parte seria a montagem do espetáculo.
Lemos junto com Roberto Cartaxo que seria o diretor do espetáculo, muitos textos, e decidimos por "Vento no Amanhecer em Macambira" de José Condé, adaptado por Roberto Vignati. A peça tratava do amor, desolação e delírio de Urbano que buscava voltar para os braços de Lívia, uma mulher que bailava em sua mente. A peça tratava de coisas que eu com meus singelos 15 anos ainda não compreendia, não fazia parte do meu adolescente mundo, mas eu me esforçava muito para compreender todos os sentimentos dos personagens, não só o da Lívia que eu interpretava, mas de todos que com ela contracenava. E Lívia era algo muito sublime, era um sonho bonito interpreta-la. Ela dançava. Como era leve! E eu nem gozei de toda sua beleza, hoje faria muito diferente do que fiz, mas valeu demais fazê-la.
E a peça era outro universo muito dificil e distante de mim, pois Roberto Cartaxo usava uma linguagem absolutamente futurista para tratar aquele campo regionalizado. Uma peça cheia de efeitos sonoros e visuais. Que vai ficar para sempre em minha memória.
Valeu muito Roberto, muito obrigada por tudo que vivemos! Como foi importante para mim este processo. E neste processo eu conheci figuras que estão até hoje na minha vida de uma forma ou de outra, mas nele eu encontrei uma grande amiga, que apesar de morar no Rio de Janeiro, mas que tem grande responsabilidade em tudo que busquei depois, é Iana, é com você mesmo que eu estou falando! Valeu amiga por tudo, alías, vale tudo ainda!

FICHA TÉCNICA:
Texto: José Condé
Adaptação: Roberto Vignati
Direção: Roberto Cartaxo
Elenco: Ailma Alves, Alexandre Villas, Amaury Cortes, Antônio dos Santos, Artur Leonardo, Fábio Costa  
            Moreira, Gilma Farias, Iana Marinho, Joseane Camelo, Lidiane Albuquerque, Suzy Lopes, Sergio 
            Mota, Verônica Albuquerque, Vivian Corrêa. 
Sonoplastia: Fábio Moreira
Coreografia: Plínio Sergio
Cenográfia: Roberto Cartaxo e o Grupo
Iluminação: Roberto Cartaxo e Fabiano Diniz
Maquiagem: Jandaciára Gíssi
Cartaz: Sérgio Mota

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

ERA UMA VEZ VERÔNICA um filme de Marcelo Gomes

Eu e Hermila Guedes nos bastidores de "Era uma vez Verônica"
Dra. Verônica (Hermila Guedes) e Eliclaustenes (Suzy Lopes)





Um dos presentes que eu ganhei este ano foi fazer uma ponta no filme de Marcelo Gomes intitulado "Era uma vez Verônica". Adorei esta vivência com a sétima arte. Verônica é interpretada por Hermila Guedes, uma grande atriz e muito generosa em cena. Adorei contracenar com ela, e observa-la no set, aprendi muito com isto.
Era uma vez Verônica trata da vida de uma jovem de classe média do Recife, que acabou de se formar em medicina, o quadro que muitos jovens já se viram, sai da faculdade com um diploma na mão e aquela pergunta na cabeça, e agora? Verônica está fazendo residencia em um hospital público, e as situações vividas por ela acaba a deixando no meio de uma crise existencial.
Eu interpreto Eliclaustenes, uma jovem mais ou menos da idade da Verônica, que vai ao consultório da doutora para uma consulta, e acaba gerando um conflito maior na doutora, que se identifica de cara com a situação da jovem vivida por mim. Nossa cena filmada no Hospital das Clínicas na UFPE em um manhã de domingo, foi uma cena muito feliz, muito sensivel. Eu e Hermila tivemos uma sintonia entre nossas personagens, tão gostosa. Acredito que muito pela generosidade da atriz já com intimidade com as cameras, o que não é meu caso.
Marcelo, o diretor é um fofo. Muito gentil e competente. Sem alteração de voz em momento algum. Dirige com uma sensibilidade de mestre. Sua voz sempre mansa e amiga, te fala claramente por onde acha que vocÊ deve caminhar para chegar onde a cena pede. Muito obrigada Marcelo pela experiência de ter participado deste filme, nem sei se minha cena fica mesmo no filme, pois na sala de edição os filmes se transformam né? Mas só em ter feito parte deste processo, desde a preparação do elenco com o Pedro, a visita enriquecedora ao hospital, o convivio com Hermila, esta grande atriz do cinema nacional. Muito obrigada W.J. Solha por nossas conversas de ida e volta para Recife. Obrigada Rec Produtores por ser capaz de se tornar possível este sonho não só de Marcelo. Obrigada Carlos Dowling por ter me indicado ao pessoal. Obrigada Lívia por todo carinho e cuidado da produção. Em fim, Valeu demais, a gente se vÊ no lançamento!